Existia um tipo de silêncio ensurdecedor dentro de mim. A empolgação passeava pelas minhas entranhas e eu soube que estava na hora. Reparei que o relógio apontava 5h da madrugada, precisava estar em outro lugar às 9h mas isso não me desanimou. Continuar lendo “Carta | O abismo não me atrai mais.”
Mês: janeiro 2018
Não deixe para amanhã o que você pode deixar para depois de amanhã
Na arte da enrolação eu sou pós-graduada e com meio caminho andado para um mestrado na área. Simplesmente deixo tudo, t-u-d-o pra depois. Por que diabos faço isso? Não faço a mínima ideia. Sei que é prejudicial, desde quando nasci para ser expectadora da vida alheia? Desde quando nasci para ficar congelada no tempo?
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I’m just a lost girl not ready to be found.
2017 estava na contagem regressiva para adormecer e em questão de milésimos de segundos virar 2018. São tempos confusos, finalmente tomei consciência de que sou um quebra-cabeça feito de peças que não se encaixam e mesmo assim as coisas continuam fora do lugar. Estou no caminho certo? No lugar certo? No tempo certo? Não sei, o que sei é que tenho toneladas de matéria para estudar. Continuar lendo “I’m just a lost girl not ready to be found.”
Então deixe esta chuva cair e lavar tudo que há.
Dias chuvosos me aquecem, eu evito o uso do guarda-chuva porque gosto de apreciar o momento em que fico completamente molhada e teoricamente – fria. A sensação de sentir cada gota percorrer o meu ser é inexplicável. O meu cabelo perde o formato e o volume por conta do peso das gotas e logo sinto o gosto do rímel vencido (tenho preguiça de trocar, e por sinal ele já perdeu o efeito a prova d’água), tudo misturado com o protetor solar e batom, juntos desmanchando-se em meu rosto. A soma de todos os fatores torna tudo tão único.
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Chá verde com pêssego e questionamentos de um ano ímpar
você precisa parar
de procurar um porquê em algum momento
você precisa deixar quieto
– rupi kaur
É metade de 2017 e o frio já não é o mesmo dos invernos passados. São horas calorosas, meu peito bate calmo e o chá verde com pêssego repousa sobre a mesa. Ao seu lado, um livro espera para ser devorado pelos meus olhos famintos. O mundo exterior parece estar no mudo, e na minha mente apenas um mantra se repete: siga adiante, supere.
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Eu sabia que tinha chegado o momento de matar o passado e voltar à vida
Comprei uma passagem só de ida para o outro lado do oceano. A hora de ir embora desse lugar chegou cinco anos antes do previsto, me mostrando que preciso encerrar esse ciclo e me preparar para o próximo. O recomeço que me chama suavemente como um sussurro de “é por aqui, vai ficar tudo bem”, aponta que na verdade o meu caminho não é navegando de um porto à outro como pensei, mas sim descobrindo o que o final de um túnel desconhecido me trará. Será que as respostas que preciso estão nele? Talvez sim, talvez não.
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Texto sem título e sem nexo
Tenho a impressão de ter esquecido como escrever um texto. Além de me sentir travada, tudo parece me desviar de simplesmente deixar o fluxo congestionado de palavras sair de mim. Me cobro muito, escrevo um parágrafo e fico desanimada por enxergar um trabalho não merecedor de reconhecimento. Talvez seja verdade, talvez eu tenha esquecido como escrever. Mas como lembrar? Continuar lendo “Texto sem título e sem nexo”
Carta para o ano que disse adeus
Caro 2017,
Você foi sem sombras de dúvidas o ano mais difícil que vivi até agora. Caramba, como eu apanhei de ti. Me afastei de pessoas que não imaginava ficar longe, a minha saúde mental entrou em colapso e todas as certezas que eu tinha até então foram por água abaixo.